Um xaile, uma guitarra portuguesa, uma voz e muito sentimento. Símbolo reconhecido de Portugal, esta simples imagem pode descrever o Fado, uma música do mundo que é portuguesa.
Na sua essência, canta o sentimento, os desgostos de amor, a saudade de alguém que partiu, o quotidiano e as conquistas. Afinal, os encontros e desencontros da vida são um tema infinito de inspiração.
Nascido nos contextos populares da Lisboa do século XVIII, o Fado encontrava-se presente nos momentos de convívio e lazer. Manifestando-se de forma espontânea, a sua execução decorria dentro ou fora de portas.
O fado encontra-se, numa primeira fase, vincadamente associado a contextos sociais pautados pela marginalidade e transgressão, em ambientes e tabernas frequentados por prostitutas. Esta associação do fado às esferas mais marginais da sociedade provocou uma vincada rejeição pela parte da intelectualidade portuguesa.
A história do fado de uma volta com o episódio do envolvimento amoroso do Conde de Vimioso com Maria Severa Onofriana (1820-1846), meretriz consagrada pelos seus dotes de cantadeira e que se transformará num dos grandes mitos da História do Fado.
As primeiras letras de Fado eram, na sua maioria, anónimas, transmitidas pela tradição oral. No entanto, a partir dos anos 50 do século XX o fado cruzou-se com a poesia erudita na voz de Amália Rodrigues. Amália cantou poemas de famosos poetas portugueses como David Mourão-Ferreira, Pedro Homem de Mello ou José Régio.
A divulgação internacional do Fado começa a partir de meados da década de 30, no continente africano e no Brasil, destinos preferenciais para actuação de artistas.
In Museu do Fado
(adaptado)