A sua música permanece viva em Portugal. Nasceu em 1944 numa aldeia perto de Braga. De família pobre e numerosa, foi viver para Lisboa em 1956 por determinação pessoal. Era um de doze irmãos, filhos de Deolinda de Jesus e Jaime Ribeiro, e tal como o resto da família, cedo se fez à vida. Sair da sua terra natal foi para António Variações uma determinação pessoal e uma necessidade.
Seguiu-se o serviço militar em Angola e a aventura pelo estrangeiro: Londres em 1975 e Amesterdão meses depois, onde descobriu um novo mundo, querendo trazer para Portugal uma nova maneira de viver. Foi nesta última cidade onde aprendeu a profissão de barbeiro que, mais tarde, exerceu em Lisboa, quando voltou.
Com a ajuda do amigo e colega Fernando Ataíde, Variações foi admitido no Ayer, o primeiro cabeleireiro unissexo a funcionar em Portugal.
Entretanto, deu igualmente início aos espectáculos com o grupo Variações, atraindo rapidamente as atenções. Por um lado, o seu visual excêntrico não passava despercebido e, por outro, o seu estilo musical combinava vários géneros, como o rock, o pop, os blues ou o fado. Em 1978, apresentou-se à editora Valentim de Carvalho e assinou contrato.
A sua música e o seu estilo próprio e inconfundível fizeram com que depressa alcançasse uma fama razoável.
Editou o primeiro single com os temas Povo que Lavas no Rio de Amália Rodrigues, por quem sentia um enorme respeito e admiração, e Estou Além. De seguida, gravou o seu primeiro LP, Anjo da Guarda com dez faixas, todas de sua autoria, onde se destacaram os êxitos É p´ra Amanhã e O Corpo É que Paga.
Em Maio desse mesmo ano dá entrada no Hospital e, no dia 13 de Junho de 1984, morre em consequência de uma broncopneumonia bilateral grave. Será sepultado, dois dias depois, no cemitério de Amares (Braga), perto da sua aldeia natal, com a presença de poucos músicos acompanhando o funeral.
Com a sua morte desaparece um dos maiores renovadores da canção portuguesa das últimas décadas.
Vinte anos após a sua morte, em Dezembro de 2004, foi lançado um álbum em sua homenagem, com canções da sua autoria que nunca tinham sido editadas; sete conhecidos músicos portugueses formaram a banda Humanos e gravaram 12 músicas seleccionadas de um conjunto de cassetes «perdidas» no património de Variações administrado pelo irmão, Jaime Ribeiro.
Singles
- 1982 – Povo que lavas no rio/Estou além
- 1983 – É p’ra amanhã…/Quando fala um português…
- 1997 – Canção de engate [Póstumo]
- 1997 – O corpo é que paga (remistura de Nuno Miguel) [Póstumo]
- 1998 – Minha cara sem fronteiras – entre Braga e Nova Iorque [Póstumo]
Versões de outros artistas
- 1987 – Delfins – Canção de Engate
- 1989 – Lena D’Água – Tu Aqui [álbum com inéditos de Variações]
- 1994 – Variações – As canções de António [álbum tributo]
- 1995 – Amarguinhas – Estou Além
- 1995 – Íris – Estou Além
- 1996 – MDA – Dar & Receber
- 1996 – MDA – Estou Além
- 1997 – Isabel Sivestre – Deolinda de Jesus
- 2004 – Humanos – Humanos [álbum de inéditos de Variações]
- 2004 – Donna Maria – Estou Além
- 2004 – Funkoffandfly – Dar e receber
- 2005 – RAMP – Anjinho da Guarda
- 2006 – Humanos – Humanos ao Vivo – [álbum no formato CD com dois DVD, letras e músicas por António Variações]
- 2008 – André Sardet – Anjinho da Guarda
- 2012 – Tiago Bettencourt – Canção de Engate
- 2013 – Dead Combo & Márcia – Visões Ficções
- 2014 – OqueStrada – Parei na Madrugada [tema inédito de António Variações]
- 2016 – Telmo Pires – Ao passar por Braga abaixo [novo tema inédito de António Variações]
- 2016 – Linda Martini – Visões Ficções
- 2017 – União das Tribos com Miguel Ângelo – Canção de Engate
- 2017 – Filipe Catto – Canção de Engate